"O peito parece que vai explodir com a quentura que não ameniza com os dias que passam. Queima. Desfalece. Quase entorpece. Talvez seja assim mais fácil explicar a sensação inicial de retomar ao ponto de partida de onde nem poderia imaginar o que o agora passado reservava. Corre, tempo. Corre, vai. As lágrimas ainda rolam incansáveis, saudosas dos momentos insuperáveis, das descobertas inacabáveis, dos gostos insubstituíveis, das opções irrecusáveis. E a calmaria não mais existe. Instalou-se a angústia de querer mais e mais e, sem pedir demais, seguir as mudanças que podem vir. Por dentro e por fora. Talvez seja a hora de se libertar. Deixar as amarras que insistem em camuflar o furor, o ardor, o clamor. Renegar o óbvio, esquecer o simplório e arriscar. Permitir-se. Ser e estar. Vagar por onde realmente quer ir. Sem pressa. Sem fugir. Quem sabe isso seja possível. Ou até não. Só não adianta respirar ilusão, amedrontar a razão e se perder por aí, deixando a vida jogada em algum lugar sem precisão. É hora de agir e de viver.
Só não descobri ainda como vai ser..."
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Texto da minha amiga e irmã Luciana Dantas
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Lu Villela ;)